Evento será realizado em São Paulo e contará com nomes como Leonardo Boff e Ricardo Abramovay
O modelo de desenvolvimento dominante, baseado numa concepção produtivista-consumista, desconsidera os limites da natureza e é a principal causa da degradação ambiental. É mais que nunca o momento de buscar outras formas de organização socioeconômica que garanta a reprodução da natureza, evite o desperdício e não esgote os bens de que precisamos para viver. Que estejam voltadas para a vida e não para a maximização do consumo.
Nesse sentido, muitas coisas já estão sendo feitas de forma diferente, provando que podemos viver de outra maneira e melhor do que estamos vivendo hoje. São “práticas alternativas” que se distinguem do paradigma dominante por levar em consideração as exigências e os limites da natureza, buscar uma relação harmoniosa com o meio ambiente e por valorizar condições que configuram mais justiça social.
É nesta perspectiva que a Abong – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais e o Iser Assessoria – Religião, Cidadania e Democracia convidam para o Seminário “Novos Paradigmas: Rumo ao Bem Viver”. O evento acontecerá nos dias 13 e 14 de junho, na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).
“O ‘Bem Viver’ emerge das sociedades historicamente marginalizadas e se projeta como plataforma para discutir alternativas conceituais, assim como respostas concretas urgentes para os problemas que o desenvolvimentismo atual não consegue resolver. É tanto uma crítica ao desenvolvimentismo, como um ensaio de alternativas. É um questionamento que abandona a ideia convencional de desenvolvimento e não procura reformá-la. Pelo contrário, quer transcendê-la”. A análise é de Eduardo Gudynas e Alberto Acosta e ajuda a embasar a realização do Seminário “Novos Paradigmas: Rumo ao Bem Viver”.
Composto por mesas temáticas que tratarão de analisar a conjuntura à luz do tema, bem como de pensar a construção de práticas alternativas e sua difusão para fins de construir um novo futuro, o Seminário contará com a participação de intelectuais e especialistas no assunto tais como Ricardo Abramovay, Ladislau Dowbor, Ivo Poletto, Ivo Lesbaupin, entre outros/as.
“A constatação de base é que a vida econômica contemporânea percorre uma trajetória linear: extrair, transformar, consumir e descartar. O desperdício daí resultante até que podia ser tolerado num mundo com dois ou três bilhões de habitantes. Hoje, não mais”, afirma Abramovay, em artigo de 2015.
A proposta então é discutir outros modelos, que modifiquem essa trajetória e levem em conta outros fatores além da busca incessante pelo lucro. “Desenvolvimento não é igual a crescimento econômico, como afirma a teoria econômica dominante – difundida pela grande mídia. Desenvolvimento é desdobrar as potencialidades existentes nas pessoas e nas sociedades para que tenham vida e possam viver bem”. O trecho faz parte do livro Tornar real o possível, de Marcos Arruda, um dos debatedores confirmados para o evento.
Para Arruda, “estas propostas devem ser difundidas para o conjunto da sociedade, alcançando outros espaços para além daqueles reservados para poucos escolhidos, e também passando a ser debatidas com terminologia inteligível, prática, referenciada na realidade das pessoas afetadas por elas. É urgente divulgar as práticas já existentes no Brasil e em diversos outros países, nas quais se respeitam os princípios da sustentabilidade, da solidariedade entre os seres humanos, entre as gerações, atuais e futuras, e entre estes e a natureza.”
SERVIÇO
Seminário Novos Paradigmas: Rumo ao Bem Viver
13 e 14 de junho | 9h às 18h
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) | Rua General Jardim, 522
Para se inscrever, clique aqui.
Acesse a programação completa do evento aqui.