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trabalhadora

Agricultoras e Agricultores Familiares de Magé, Paracambi e Queimados, e assessores da AS-PTA visitaram a experiência de produção de mudas de espécies arbóreas de dona Graça e seu João Machado, agricultores do Assentamento Rural Visconde, em Casimiro de Abreu.

O intercâmbio, que aconteceu no dia 10 de julho, objetivou a troca de conhecimentos práticos no manejo e na infraestrutura necessária para uma boa produção de mudas. Os participantes puderam observar e conhecer as diversas etapas e setores para a produção de mudas sadias e adaptadas para a região. Tudo começa com a produção de um bom substrato. Dona Graça e seu João mostraram a área de compostagem voltada para a produção do substrato utilizado na produção de mudas. A composteira foi construída sob uma base de pedra com concreto e as paredes em bambu, permitindo aeração suficiente para as etapas da compostagem. Com um olhar não só para a produção do substrato, seu João abordou também a importância do aproveitamento dos diferentes resíduos orgânicos da propriedade, a reutilização do chorume da compostagem para a aceleração da decomposição do material, a importância de um bom barro e os cuidados necessários no momento de encher os saquinhos, que condicionam um bom desenvolvimento das mudas.

O casal de agricultores tem o apoio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Casimiro de Abreu, e com outras quatro famílias, recebem acompanhamento técnico para a produção de mudas por meio do Projeto Restaurando Paisagem e Implantação de Viveiros em Propriedades de Agricultores Familiares, executados pela Associação Mico Leão Dourado (AMLD). As mudas produzidas são adquiridas pelos projetos de reflorestamento na região, seja para as ações da própria AMLD ou de outras instituições. Desta forma, é possível garantir maior sucesso no estabelecimento de áreas com espécies arbóreas por se tratarem de mudas que são produzidas a partir de sementes coletadas de árvores matrizes da própria região, garantindo condições ecológicas semelhantes entre as áreas de produção de mudas e as áreas de reflorestamento.

Um aspecto que chamou a atenção do grupo, além da área mínima exigida para produção de mudas, foi a mistura ou “traço” do substrato a ser usado nos “saquinhos”. Como inovação e experimentação do casal, foi demonstrada a técnica para a preparação do substrato, com uma ciranda que aperfeiçoa o trabalho de peneiramento do composto e do barro. Após o peneiramento é adicionado o calcário no barro, e outros nutrientes na matéria orgânica. Os agricultores compartilham esta inovação e demostram criatividade e detalhes que a prática agroecológica proporciona. Seleção de matrizes e coleta de sementes também são informações que o casal, em um ano e meio na atividade, já domina. A produção de mudas da Graça e J. Machado é um impacto positivo de toda a experiência que eles possuem com as práticas agroflorestais e que foi responsável pela recuperação da nascente, cuja água além de ser usada em casa, é aproveitada para a irrigação das mudas do viveiro.

Na área do viveiro foram demonstradas outras etapas da produção, desde a coleta, beneficiamento e germinação das sementes, até o transplante para o substrato final. Assim como, foram debatidas as exigências para a certificação do viveiro e identificação das mudas, atendendo ao Registro Nacional Sementes e Mudas (RENASEM), ao Registro Nacional Cultivares (RNC) e aos procedimentos para recuperação de áreas degradadas, indicando as áreas ecológicas, a função e o tipo de utilização de cada espécie, facilitando a etapa de plantio e manutenção do reflorestamento.

No final da visita todos reconheceram a importância dos detalhes da produção de mudas em todas as etapas. Por causa disso, os participantes se sentiram motivados em aprimorar suas experiências e ter esta atividade como dia-a-dia para o incremento da geração de renda de suas famílias, especialmente com a participação já frequente estes agricultores em feiras agroecológicas estabelecidas na região metropolitana do Rio de Janeiro, mostrando que diferentes mercados locais podem se tornar viáveis para a comercialização de mudas.

Esta atividade, que faz parte do Projeto Árvores na Agricultura Familiar para a Conservação da Mata Atlântica, apoiado pelo FUNBIO/TFCA, é parte integrante para organizar a produção de 10.000 mudas/ano almejado pelo projeto. Assim, detalhes da construção e dicas de maior rendimento da área, montagem do sistema de irrigação e tipo de cobertura mais adequada às especificidades climáticas de cada região, abordadas durante este intercâmbio, servirão de subsídios para a implantação de quatro viveiros de produção de mudas em propriedades de agricultura familiar, que já estão em processo de construção. Os viveiros serão implantados em Campo Grande, Magé e Paracambi nas unidades de produção dos agricultores que participaram do intercâmbio.

O Projeto, em fase final de execução, possibilitou ainda, a formação agroflorestal para agricultores familiares e assessores técnicos, a implantação de 20 unidades de manejo agroflorestal e apoia o fortalecimento de circuitos locais de comercialização para o escoamento da produção de agricultores situados nas áreas de amortecimento das unidades de conservação.

Os participantes do intercâmbio de produção de mudas, de maneira geral, concluíram que a preservação da água e a recuperação de espaços urbanos e rurais degradados podem, sobretudo, dialogar com diferentes saberes e vidas na promoção da agroecologia no Rio de Janeiro.

Fonte: ASPTA

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